28 de setembro de 2009

Das palavras dela...

"Ela ainda não sabe. Como olhar para trás e não chorar? Ela ainda não consegue. Sempre disse aos outros que quando os dias caminham, o que passou ficou lá atrás. Adianta sofrer pelo que não tem volta? Ela acredita, mas não entende. Como pode continuar amando alguém e, mesmo assim, chorar de tristeza? Mágoa não passa tão rápido quanto o vento. Ela queria que sim. O passado não deixa de existir, só de atormentar. Marcas profundas não passam, cicatrizam. E o único jeito de seguir tranquila é aprender a olhá-las com resignação."


Textinho retirado do Blog http://carambolasazuis.wordpress.com/



Cássia, obrigada por ter um blog tão lindo e, sempre que o visito, você responder carinhosamente os meus comentários. E dessa vez, um obrigado especialíssimo pelas suas palavras.

Sim, estou tendo paciência com o meu próprio coração.


* imagem de "dando estrelas". É porque eu não achei alguém dando um coração, e eu já dei o meu ha muuuuito tempo e esqueci de tirar uma foto.

;)

27 de setembro de 2009

More Than Words



Acordei pensando tanto em você hoje. Pra dizer bem a verdade, você dormiu comigo. Dormiu na minha cabeça.
Te ouvi por acaso ontem, no meio de um bate-papo, mas decidi te evitar. E pra dizer mais verdades ainda, estava te evitando tinha um tempo. Apesar de sempre escrever o seu nome, lembrar de você e até mesmo falar de ti pra outras pessoas, poderia ser justificado como algo completamente impensado, quase que imaturo da minha parte por falar de você. Mas sempre tive a certeza que não tinha coragem de te olhar e ver o que você tinha pra me dizer, e quando me dava conta, lá estava de novo plantado na minha cabeça aquela imagem, quase que sendo empurrada pro lado mais escuro da minha mente. Lá onde não tem lampião, velas ou fósforos. Um breu.
Quando percebi você entrando na minha cabeça tentei parar imediatamente e me desligar. Tem tempos que não te dou ouvidos e queria permanecer assim. Mas hoje, acordando mais cedo, com aquela dorzinha lá dentro dizendo: "escute o que tem a lhe dizer", foi então que resolvi colocar você pra perto de mim, quase como se coloca um bebê no colo e fui lhe dar ouvidos.
Você chegou, puxou uma cadeira, sentou como se nunca tivesse saído daqui e contou tudo. Falou o que sempre disse e repetidas vezes. Quase me deixando louca por saber que eram as mesmas palavras que, um dia, me fizeram tremer de tanto amor e saudade.
Vi que você falava de um jeito diferente. Um jeito de entrar em mim totalmente diferente das outras vezes. Agora você entrava como se quisesse me explicar que só ficou e ficará na saudade. Que as coisas passaram e que aquelas palavras agora eram pra ter outro efeito. O efeito de quem está se despedindo.
Me assustei pensando que a raiva tinha consumido aquilo que um dia foi amor. Pensei milhões de coisas e discuti maldosamente, quase que gritando dizendo que você não tinha o direito de se retirar assim daqui de dentro do meu coração. Não você. Não, não podia. Você era o que me restava do meu passado.
Mas como boa pessoa que és, me explicou que se eu vinha evitando sua presença durante um tempo e agora voltei a procurar por seu ombro, é porque já está na hora de eu me despedir de verdade. Alias, com as suas próprias palavras: "precisamos nos despedir de uma vez por todas". Você que tantas vezes me embalou dizendo que não era pra nunca te deixar ir embora.
Me pediu pra voltar só mais uma vez e te colocar no orkut, msn, blog e onde mais coubesse.
Me pediu que não te esquecesse, já que durante um bom tempo você fez parte dos meus sonhos, minha enorme alegria, meu choro, meus planos e claro, da minha tristeza.
Você me convenceu quase que num soluço. Me convenceu que eu teria de guardar suas palavras e sua lembrança tão doce em minha vida no lugar onde sempre a guardei, mas agora não mais na pasta de "não ouvir", mas na pasta de mp3 "preferidas".
Você foi aquela canção que mordiscou todos os meus melhores pensamentos e quase me matou de saudade.
Você foi aquela canção não dançada que só embalou nossos corações.
Mas você foi aquela que foi ouvida, tocada e aceita como uma marcha de casamento. Como se fosse “a nossa canção”.
Quem sabe se tivéssemos levado você ao pé da letra, tudo seria diferente.
Me despeço de você com uma imensa melancolia.
E sim, vou deixá-la tocando aqui, hoje, o dia todo, em todos os lugares.
More Than Words.
Agora você embala a saudade.


“More than words
Is all I ever needed you to show
Then you wouldn’t have to say
That you love me 'cause I'd already know…”

;)

24 de setembro de 2009

Só.




"O amor está se transformando em medo. E é muito estranho sentir só medo de você."







*

Musiquinha pra ouvir antes de dormir: Tracy Chapman - Fast Car


*Como eu amo ouvir essa música. Uma paz gostosa. #)

Eu tenho medo

Essa tarde, depois daquele sono que todo o ser humano merece (depois do almoço), acordei atordoadíssima com um sonho horrível que eu nem lembro qual foi. Bom, não foi exatamente um sonho que me fez ter medo, mas o acordar. Levantei de supetão, com o coração a mil pensando estar deitada em um outro quarto. Precisamente em um hotel que estive semana passada. Corri os olhos pelo meu quarto e não consegui vê-lo. Eu não estava aqui, sabe? Eu estava no hotel. E mais desesperadamente ainda procurei pelas pessoas que estavam comigo aquela semana. Meu coração ficou mais desesperado ainda e comecei a tremer. Foi quando vi a solidão que existia e dei de cara com o meu ursinho de pelúcia, e constatei: "foi só um desespero pós sonho".
Nossa, como eu não suporto isso.
Fiquei pensando desde aquela hora (as 16:40) que raios de coisas eu tenho medo. Mas medo mesmo. MEDO MEDO, não medo medo. É MEDO.
Só de pensar em voltar aquele lugar e sentir aquelas coisas de novo, nossa!, me dá logo um aperto. Com isso, fiquei analisando que TODOS os medos que eu tenho, realmente têm algum fundamento. E já parei pra pensar em todos e comecei a listá-los e colocar suas razões do lado. Até eu fiquei boba com os absurdos que me assombram.
O primeiro da lista é motivo de riso pra todo mundo, e caso achem graça também, eis o meu palavrão favorito pra vocês: "Tomarás no teu Curus".
Tenho medo de palhaço.
Isso mesmo, essa coisa mesmo que eu tenho medo. PA-LHA-ÇO. Qual o problema?
Confesso que no fundo (minhas amigas que me desculpem) vibrei de alegria quando não fomos ao Hopi Hari na semana passada. Tem um treco lá que é sobre palhaços e há muitos espalhados por todo o parque. Não, eu não ia agüentar a pressão e ia acabar tendo um ataque do coração por lá.
Esse medo vem da minha infância, precisamente quando eu tinha 7 (ou 8) anos. Aprendi a ler supercedo (orgulho da mamãe) e gastava meu tempo com quadrinhos e devorando livros na biblioteca particular da minha mãe ou da minha avó. Sem contar que passava horas cheirando livros (isso eu faço até hoje). Eis que em um dos meus dias de pura curiosidade avistei um livro que a minha mãe não largava de jeito nenhum. Ela não me deixava ler e sempre colocava-o no lugar mais alto pra eu não pegar. Até porque eu nunca aprendi a subir em nada, e ela sabe que eu JAMAIS subiria em lugar algum pra possuir o livro. Lembro que fiquei tão curiosa com aquilo que decidi investir profundamente na busca daquele tesouro.
Meu pai tinha contratado um rapaz que era "faz tudo" pra ele. Desde cuidar de nós (três filhas) até ajudá-lo na lanchonete que ele tinha na época era obrigação do menino. Então, como sei que o Janilson (esse era o nome dele) nunca ia me dizer não, disse a ele que se ele pegasse o livro pra mim eu o ajudaria a aprender a ler. CALMA! Isso foi um joguete, oras. Eu tinha que usar a única coisa que podia oferecer pro rapaz. Ele tinha 13 anos, mal sabia pegar em um lápis, trabalhava com meu pai e era da roça (literalmente). Era uma oportunidade de ouro que eu estava oferecendo a ele.
Enfim, o Janilson cedeu ao meu pedido sem nem pestanejar, mas foi logo pedindo um caderno de caligrafia. Nojento! Tive que pedir um novo pra minha mãe e justificar que tinha "dado" o meu de presente ao Janilson. Safadeza, né?
Então, ele foi na cozinha de casa, pegou o livro de cima do armário de louças (sim, sim. Ela colocou mais alto do que qualquer coisa) e o trouxe pra mim. Meus olhos se encheram de brilho quando li a capa: "A coisa". Tinha um palhaço na capa com um jeitão de marginal e um sorrisão assustador. A capa era bem dura, sabe? Daqueles livros antigos mesmo. O toquei, cheirei e fui direto para o guarda roupas com a lanterna do meu pai e sentei no montinho de toalhas que eram guardadas lá.
Comecei folheando o livro aqui e ali. De repente, uma página me prendeu e eis que leio a coisa mais HORRÍVEL que uma criança pode ler: o palhaço era assassino e matava crianças aos pedaços. Com desenho e tudo, hein. Fiquei tão apavorada quando vi aquilo, quando li, quando comecei a suar que fechei o livro e joguei o bicho do outro lado e fui embora tentar esquecer. E devo ter esquecido.
Lembro, PRECISAMENTE, quando meu pai veio uns 3 dias depois convidando a gente pra ir ao circo. Eu, boboca como tal, adorei a idéia e fomos todos. Minhas irmãs, mamãe, papai, Janilson e eu. Risinhos aqui, gracinhas ali, tudo na mais perfeita harmonia. Até que chegou a hora do "tcham, tcham, tcham". Tinha um cara no globo da morte (aquela porra que parece uma bola de ferro que os caras andam de moto dentro) andando de moto pra lá e pra cá. Um barulho ensurdecedor, quase estourando a minha cabeça e eu ali, paradinha já começando a ficar com medo. Então, o pior... Eu digo, A PIOR COISA DO MUNDO acontece: sai de lá de dentro desse globo da morte uma moto com o cara sentadinho, fazendo "vrum, vrum, vrum" e ele tira o capacete e dá a gargalhada mais horripilante que eu já escutei na vida. O filha da mãe estava vestido, pintado, caracterizado, cagado, NOJENTADO de palhaço.
O que eu fiz?
Corri. Mas corri mais que o Forrest Gump e ainda por cima gritando e chorando que nem uma condenada (meu coração começou a bater acelerado só de lembrar). Meus pais não entenderam, nem a platéia, muito menos o palhaço assassino. Eu gritava que ele ia me matar. ¬¬
E daí? E se ele fosse me matar?
Só sei que me acharam fora do circo correndo (acreditem, CORRENDO) que nem uma louca aos prantos e depois disso só lembro da minha mãe brigando comigo e com o Janilson, até porque eu contei tudo e ela soube porque achou o livro embaixo da cama dela jogado às baratas.
Passei quase um mês dormindo na cama com eles (uma verdadeira empata foda).
E até hoje tenho HORROR a palhaços. Digo, não gosto muito de ver fotos, ornamentação de aniversários, filmes e coisas do tipo, mas o meu medo mesmo é ver alguém, principalmente HOMEM vestido de palhaço. Quer me matar? Quer que eu chore? Me leve ao circo e me mostre um palhaço. Fico nervosa, começo a suar e querer chorar. Eu fujo, viu? Fujo mesmo. E sim, tenho horror a circo também. Deve ser por isso, sei lá.
Outros medos que tenho e que nem vou entrar em detalhe são os mais diversos: andar de bicicleta, por exemplo. Nadar em rio de água escura, porque eu penso que um bicho vem me pegar. Atravessar ruas (até hoje eu tenho uma coisa comigo de que vou morrer atropelada), ir a um lugar muito alto com alguma coisa na mão, ou num navio, ou em alguma coisa em movimento e deixar cair algo da minha mão que é muito valioso, esse é sem dúvida a coisa mais frequente que acontece nos meus pensamentos.
Tenho medo de tantas coisinhas.
Nem vou lembrar agora das outras porque acho que superei algum medo, sei lá.
Ah, tenho medo da cara de algumas bonecas e não assisto filme que os atores se vestem com coisas de bicho ou pintam a cara, por exemplo: O gato, Desventuras em série, A fortaleza e bla, bla, bla... Coisas assim. É macabro e eu JAMAIS consegui assistir 3 minutos dessas coisas bizarras.
Como conseguem deixar crianças assistirem isso? Até O Labirinto do Fauno eu não indicaria a ninguém, e só consegui assisti-lo por muita insistência de uma amiga e ela estava segurando a minha mão o tempo todo.
Do que será que eu tenho mais medo?
Dor? Não, não. Acho que não. Se bem que eu odeio fazer unha quando estou sensível e deixei de ser loira porque as luzes doíam a minha cabeça. Sem contar que faço escova vez sim, vez não, porque dói as vezes. Mas se eu sou louca pra ter filhos, então deve ser um medo bobo. Uma coisa qualquer.
Acho que preciso começar a superar certas coisas, mas medo de palhaço, NÃO. É demais para um só coração.
Naiane Feitoza

23 de setembro de 2009

Procurando um botão

Hoje eu acordei mais tarde do que de costume. Geralmente, meu despertar normal do dia-a-dia, meu horário de abrir os olhos e pensar: “mas já é de manhã?”, é exatamente as 6:15 da manhã, já contando os 5 minutos a mais pra aquela fechada de olhos. Mas hoje, não. Simplesmente acordei as 7:10 da manhã com uma vontade enorme de não levantar. Segurei o choro (sim, sim. Tive uma lágrima enxerida querendo sair) e fechei os olhos novamente e disse a mim mesma: “Levanta, mulher. Você é forte ou você é uma fracote?”.
Não deu outra: levantei contra a minha vontade e fui tomar um banho, me arrumei, coloquei o protetor solar na cara e fui trabalhar. Não, não me achei forte por isso. Era só uma coisa que eu tinha que fazer com a vontade de não fazer. Simples como 2+2.
Levei a tira colo um livro que comprei, para ler no caminho para o trabalho, ou nas horas vagas em que não estivesse tão ocupada. Desliguei meu celular e me desliguei do mundo durante o dia todo.
Deixa eu explicar um detalhe: eu estou trabalhando com pessoas, tendo contato, explicando, usando até a droga do meu poder de persuasão, mas hoje eu fui totalmente obrigada a fazer bonito porque eu não estava bem (e não estou vendo muita saída pra sair disso nos próximos dias). O fato de eu ter desligado o celular foi porque eu não queria contato com o meu mundo, entendem?
Não queria ouvir a pergunta que eu teria que responder a verdade. Aquele velho “Você ta bem?”.
Porra, eu não to bem. To péssima. To de coração partido. To triste. E falando essas coisas me dá logo um aperto no coração. Me dá logo um nó na garganta e meus olhos ficam brilhando.
Não, não. Não quero compartilhar a minha dor falando e falando. Por isso, e pra evitar a minha voz fantasmagoricamente diferente quando estou triste (gente, isso é fato), evitei o mundo hoje e vou evitar até essa dor passar, ou quem sabe, eu apertar o botão do foda-se e tratar qualquer sentimento com indiferença.
Mas voltamos ao assunto do livro.
Fui à São Paulo na semana passada dar uma volta, ou melhor, me ferrar toda (Deus do céu!). E acabei (como sempre faço) comprando uns livros para minha coleção. Nada do que eu vi nas duas livrarias me fez apaixonar. Sempre que compro um livro, é por paixão ou curiosidade. Dessa vez, por incrível que pareça, foi por indicação, porque simplesmente não me interessei por nada e nem senti a minha mão coçando pra comprar nenhum livro novo que fizesse eu renascer.
Comprei “Para sempre Alice” e “Comer, rezar, amar”. Confesso que comprei o segundo por pura birra, porque eu não gosto muito de livros que são recorde de vendas ou porque estão na moda. Gosto do que enche meus olhos, não os olhos dos outros. Mas enfim, comprei pensando em lê-lo por último, porque sei que vou chorar horrores com “Para sempre Alice”, que uma amiga me indicou, e assumo que só comprei pra isso, pra chorar.
Comecei pelo pior caminho. Comecei lendo o livro de consolo, “Comer, rezar, amar”. Se eu fosse ler o outro no meu trabalho, ia acabar chorando na frente dos outros e eu to começando a ficar de saco cheio de ser essa idiota sentimental. Porra de sentimentalismo que nunca vai me levar a nada.
Devorei 93 das 342 páginas do livro com o tempinho que tive. Me prendeu um pouco o jeito que a autora definia seus sentimentos e descrevia cada situação absurda que ela passou. Sua depressão, que até agora não consegui entender, e o fato de não acreditar em tamanha frescura (isso, um dia, quando eu estiver bem, eu explico. Não fiquem me recriminando. Tenho segurança no que acredito e critico o que eu acho frescura, oras) me fez crer que sentimentos são uma merda mesmo para a vida de uma mulher. Nos deixa sem controle e sem a menor razão para as coisas mais simples.
Ri algumas vezes de algumas coisas, outras eu olhei e passei a página porque eu não tenho saco pra saber que os italianos são homens lindos e assanhados ( sinceramente? Prefiro os brasileiros). Me prendi em trechos que até agora voltei para ler e vou citar aqui e mostrar como essa droga de livro está me fazendo pensar numas coisas que... enfim, vou citar.
Obs: tenho mania de fazer bolinhas nas páginas que mais me interessam em um livro.

“O vício é a marca de toda história de amor baseada na obsessão. Tudo começa quando o objeto de sua adoração lhe dá uma dose generosa, alucinante de algo que você nunca ousou admitir que queria – um explosivo coquitel emocional, talvez feito de amor estrondoso e louca excitação. Logo você começa a precisar dessa atenção intensa com a obsessão faminta de qualquer viciado. Quando a droga é retirada, você imediatamente adoece, louco e em crises de abstinência (sem falar no ressentimento para com o traficante que incentivou você a adquirir seu vício, mas que agora se recusa a descolar o bom bagulho – apesar de você saber que ele tem algum escondido em algum lugar, caramba, porque ele antes lhe dava de graça). O estágio seguinte é você esquelética e tremendo em um canto, sabendo apenas que venderia sua alma ou roubaria seus vizinhos só para ter aquela coisa mais uma vez que fosse...”.

Vaca!


“A experiência de vida que meu amigo Brian comparou a ‘ter um acidente de carro gravíssimo todo santo dia durante mais ou menos dois anos’, bom era simplesmente coisa demais”.


A autora, aquela vaca, descreveu exatamente o que pensei durante um tempo. Só que no meu caso, eu imaginava uma virada de trem todos os dias. E a desgraçada acertou até os anos. Ou foi o Brian, amigo dela?
Enfim, o outro trecho que me deixou tão, tão, mas tão emocionada foi uma frase que até queria colocar no meu msn (quando eu resolver voltar pra lá), orkut (quando eu tirar da cabeça que quero deletá-lo), na testa ou quem sabe pregada nas paredes por onde eu ando: “eu acho que mereço alguma coisa bonita”.


Ahhh, eu mereço também, Elizabeth. Eu mereço.
Por fim, até onde eu li, o último pedacinho que me deixou atordoada e até me fez rir foi:


“Se eu amo você, lhe dou tudo que tenho. Dou-lhe o meu tempo, a minha dedicação, a minha bunda...” (HAHAHAHAHA.. risada minha, ta?)... "o meu dinheiro, a minha família, o meu cachorro, o dinheiro do meu cachorro, o tempo do meu cachorro – tudo. Se eu amo você, carregarei para você toda a sua dor, assumirei para você todas as suas dívidas, protegerei você da sua própria insegurança, projetarei em você todo tipo de qualidade... Eu lhe darei o sol e a chuva e, se não estiverem disponíveis, darei-lhe um vale de sol e um vale de chuva...”.


Lendo essas coisas, começo a me convencer que eu não quero mais amar ninguém, não. Tenho um amor que vai ficar guardado e nada mais. Quero ter repulsa por coisas assim. Por sentimentos que ficam me destruindo. Amor não era pra ser assim, não. Amor era pra ser como era antes: bonito, saudável e que traz paz. SÓ. Eu mereço tudo isso, droga. Mas já que ele não pode ser assim, eu é que não quero mais nada que venha dele.
Ahhhh, eu vou falar. Eu to falando.
A gente constrói coisas, faz planos, ri e conta pras amigas o quanto somos felizes e depois vem o infeliz e diz que não dá mais. Ainda te convence que você é a errada e não vê que foi ele que deixou de amar primeiro e que arrumou a primeira desculpa que apareceu pra te excluir dos planos dele. Ai eu pergunto: “ô, cara pálida, e o que eu faço com o que sobrou? O que eu faço com os meus sentimentos? Você já resolveu os seus e eu que me ferre?”
E ele responde: “você é forte, bonita, inteligente e você vai sair dessa”.
Sair dessa. Sair dessa.. SAIR DESSA É UMA PINÓIA.
Pensa que é assim? Pensa que as pessoas não tem coração como você? (sim, estou brigando com ele).
E a vontade que você tem é de matar o desgraçado, mas antes você se mata aos pouquinhos. Porque não consegue fazer mais nada além de se lamentar e chorar por uma história bacana que acabou.
O que mais dói em tudo isso?
Ver que ele se apossou das suas amigas. Ver que ele as adora, ama, venera e que você é o abajur dos ambientes. Ele se apossou das suas palavras e você assistiu cada passo dele com encanto. Como se dissesse: “deixa ele, é bonito ver ele rindo e feliz”. É, você se tornou a espectadora. Claro, porque ninguém entende que muita coisa incomoda, principalmente o fato de você não relaxar na frente dele, por exemplo. E pra piorar, depois de algum reencontro entre amigos com ele e você, todos acham (com as suas atitudes, claro) que conseguem ver outra coisa, pensam outra coisa, percebem outra coisa, constatam outra coisa, concluem outra coisa e, absolutamente, certamente, resumidamente, DESESPERADAMENTE, eles não estão dentro de você pra saber de alguma coisa e saírem concluindo o que viram ou deixaram de ver. Ninguém sabe de nada. O que se passa aqui dentro é o mesmo que levar um tiro: só você sente e sabe o transtorno que isso pode causar.
Todos se encantaram por um homem que você nunca nem tinha conhecido e que até hoje é um mistério. Você vê outra pessoa e se assusta todas as vezes. E vê que talvez ele sempre tivesse sido assim. Mas por que ele não foi essa outra pessoa com você? Por que ele criou um outro personagem? E nem existe aquela história de que "só você não via". Longe disso. No início (sempre no início), ele fez questão de mostrar que não era o cara que te fez ficar longe, com receio e que não gostava dele de jeito nenhum. Ele praticamente vendeu um produto que não existia, só pra acabar logo o estoque. Ele te convenceu que era outra pessoa. Você se aborrece com isso, se fecha quando lembra, depois fica feliz por estar vendo com outros olhos o que ele realmente sempre foi e você não estava enganada. Mas constata que realmente, ANTES ele tinha se vestido de príncipe e você caiu no golpe do encantado no cavalo branco. Uma droga, se você for parar pra pensar. Um desperdício de sentimentos.
Se você chorou, foda-se o choro, isso não é sinal que você está mostrando o que sente, o que pensa. Está só mostrando o lado de dentro sem palavras. Só as lágrimas saindo e, talvez, sei lá, um fungado aqui e outro ali. A dor, essa você deixa pra mostrar de outro jeito. Pode ser dormindo, não pode?
Ninguém precisa ver você chorando novamente. E espero de coração que isso nunca mais volte a acontecer. Quer chorar? Chora no banho, na cama deitada sem ninguém ver, chora no sonho que é melhor ainda. Mas não chore pra quem não vai entender nada ou, vai entender de outra maneira o que (de novo, repetindo) só você sabe, sente e viveu.


E quer saber? Vou terminar de ler esse livro e procurar o botão que eu falei lá em cima. O botão do foda-se.


Naiane Feitoza

22 de setembro de 2009

Ela. Eu to falando dela.

Houve, finalmente, o dia em que ela levantou e se deu conta da loucura que ia fazer. Gritou dentro de si mesma a frase que adiou durante um tempo: “Puta merda, to ferrada!”.
Não é porque essa era uma frase adequada para certos desesperos, mas tudo nela se resumia no que estava pensando, sentindo, analisando e se cagando de medo.
Medo, ué. Medo dos seus pensamentos. Medo da expectativa X e da realidade Y.
Ela tem medo do seu passado mais do que o futuro que ela nem sabe o que vai acontecer. Aquele medo que corrói e faz ela ter dores estomacais que dão inveja a qualquer “diarreiazinha” de meia tigela. Ela se borra de medo e ainda está fazendo de tudo pra dar uma de fortona. Coisa de gente despreparada, claro.
O fantasma que a persegue é mais poderoso que o Silvio Santos em eleições para presidente da República. Não é um fantasma qualquer. É quase uma maldição de Tutankamon, um Jogo dos Espíritos, Um Jason ou Freddy Krugger arranhando a porta do quarto ou ligando e cantantado “1, 2 Freddy vai te pegar”. Nada disso. Nem palhaços nessa hora chegavam à unhinha do pé desse medo todo.
Se fosse um monstro tipo o Shrek, ela tiraria de letra. Usaria toda a sua falta de educação adiquirida em anos de escola e péssimas amizades e enfrentaria o bicho; Ou facilitaria tudo usando o seu caloroso mau humor matinal que aterrorizaria até o Zé do Caixão. Mas se tratando especificamente deste tal fantasma, aaaah, ela ia tremer, fraquejar, cair, fechar os olhos e pedir, PELO AMOR DE DEUS, pra que tudo não fosse só um pensamento bobo como quando tinha em sua estranha meninice.
Era o holocausto dos seus sentimentos. Pronto, falei.
Isso tudo só serviria para uma coisa: para atormentar. Só pra deixar a pobre mais desesperada mesmo. Só de pirraça.
Ela se sentia a idiota que pagou uma passagem de 10 mil (todo o seu orçamento, claro) pra ir no Iraque morrer com uma bomba no banheiro.
Mas a culpa disso tudo era de quem?
DELA, claro. Única e ex-clu-si-va-men-te DELA.
Ter coragem nem sempre é bom. Ainda mais essa coragem falsificada do Paraguai.
Não tinha o menor pudor em arrebentar portas de orgulho e ultrapassar janelas de problemas interiores. Simplesmente ela se intimou a enfrentar o amor do passado com a cara e a coragem (do Paraguai. Lembram?).
Enfrentar o fantasma do passado e dar de cara com o que a levou a ficar noites acordada ao telefone, no msn, conversas intermináveis, planos, segredos, sonhos e claro um amor que dava paz enquanto o mundo estava em guerra. Foi a melhor coisa que já lhe aconteceu.
Depois de um tempo, ela se pegava na janela do quarto e até na cama chorando por coisas que, definitivamente, não iam mais acontecer. A história foi pro beleléu tem um tempo e a idiotona ainda sentia coisas que a faziam chorar e ter ansia sempre que pensava nele. Ela o amava. Ela sabia que não tinha mais volta. Mas mesmo assim, depois de todos os carnavais que se passaram e as luas que a ajudaram a dormir em paz, a criatura ainda sentia o amor mais bonito do mundo. Sentia saudade.
Claro. Como não sentir saudade de ter se apaixonado por uma pessoa que fez você a amar antes de qualquer sofrimentozinho?
É, uns dizem que as mulheres se apaixonam pelo cara que as fazem sofrer. Ela, NÃO. Ela se apaixonou antes de qualquer sofrimento. Ela se apaixonou pelo amor dele. Se apaixonou pelo o que ele dava de melhor pra ela.
Resumindo?
Ela estava extremamente FODIDA. E sinceramente, eu acho bem feito. Quem manda acreditar no amor depois de tudo que já havia passado? Ela poderia ter sido mais esperta e ter saído disso antes de mais estragos.
Até largou a bebida. Veja que absurdo.
Mas enfim...
Ela não se encheu de esperanças, não se alimentou nem do passado bonito e muito menos do futuro que sonhava. Simplesmente achou que ia se dar bem ao olhar para aqueles olhos apertados e sorriso largo. Achou que ia segurar o tranco diante da pessoa que ela mais tinha medo nessa vida. E eu digo: medo bom e o medo ruim. Uma confusão, coitada.
Mas, devo confessar que deu tudo errado.
O que? Você acha que ia dar certo?
CLARO QUE NÃO. Estamos falando DELA e DELE. Esqueceu?
Não é querendo entrar em detalhes da vida dos outros, mas ela me pediu pra não contar o que aconteceu. Não entrar naquele papo de choro e nem do fato dela passar uns dias sem conseguir dormir e saber que vai ficar mais um tempo assim.
Ela está triste, ué. Não consegue nem sorrir.
Ela está terrivelmente envergonhada com tudo que aconteceu. Está com vergonha de ter ido tão longe (literalmente). Está com vergonha de, às vezes, ter dado de cara com ele, e talvez, sei lá, ele ter percebido que ela o olhava com encanto.
Ela está tristemente envergonhada de ter chegado ao ponto de ter pensado que poderia, numa possibilidade pequenininha, ter motivado um “acerto de contas”, um “ainda sinto algo”, ou quem sabe “Larga tudo e vem morar comigo”.
Ela me pediu pra falar que não deu tempo de sonhar. Me pediu pra dizer que, com toda a certeza do mundo, ela não está mais naquele coração. Ela confirmou o que tinha mais medo. Confirmou que naqueles olhos, naqueles que ela tanto se viu, hoje não tem nada além da cor deles mesmo. Ela não se viu mais naqueles olhos. E o pior de tudo isso? Ela teve que disfarçar e fingir que estava tudo bem.
Escreveu um bilhete de desculpas pelas bobagens que falou (eu contei que ela discutiu e foi grossa?), deu um abraço apertado e prendeu o choro pra não sair como a boboca que ainda ama quem não quer nada com ela.
E de novo, fingiu que estava tudo maravilhosamente bem.
Sinceramente?
Eu não vou mais deixar ela se apaixonar e muito menos acreditar em amor algum. E ela está terminantemente PROIBIDA de sonhar, de querer, de desejar, de lembrar, de falar de saudade e principalmente, facilitar reencontros. Está proibida para amar. Pelo menos até o fim da vida.
Ela não sabe mais fazer isso.
Ela não tem mais corpo. Ela não tem mais forças.
E ela também está proibida de falar nesse assunto novamente.
E ela está pedindo pras pessoas a desculparem, mas ela não quer conversar mais, não quer contato. Quer ficar sozinha. Quer chorar sozinha, sabe?
O aniversário dela ta chegando, mas ela não garante festinha. E se tiver algo, ela não vai.
E se alguém vier brigar, ela vai dizer que não sabe como reagir.
E se alguém vier com papo de igreja, ela mandou dizer que ela já foi demais e prefere rezar para Deus em casa mesmo.
E se vier convitinho pra voltinha, cineminha, saidinha, conversinhas, ela se nega.
E, AMOR, fica longe dela. Fica longe mesmo. Amor que é amor, quer o bem de quem ama. Já que você só carrega o título de “AMOR”, então deixa a coitada se ferrar sozinha.
E não olha pra ela daquele jeito. E não fala de saudade e nem do quanto ela é especial.
Ela não é mais especial, entendeu?
Hoje ela ta se sentindo uma merda e nem que ela ganhasse na mega sena ela se sentiria melhor.
Então fica na tua e faça como o bom “AMOR” que você é e não dê amor a ela.
Ela quer ficar só.
Ela quer ficar triste sozinha.
E ponto final.
Não falamos mais nisso.

Naiane Feitoza





Música que ela está ouvindo: Jura Secreta - Zelia Duncan

16 de setembro de 2009

Patrick, esse é pra você.

Me apaixonei pelo Patrick Swayze quando assisti Ghost.
Mas sabe aquele amor que você se arrepia todo?
Minha mãe era mais apaixonada por ele do que eu, mas o que me encantava era a carinha de cachorro que caiu da mudança que ele tinha naquele bendito filme.

O brilho nos olhos, gente. O BRILHO NOS OLHOS.

Eu queria, desesperadamente, aquele brilho pra mim.
Mas passaram-se os anos e ele apareceu com um filme que, NA ÉPOCA, minha mãe não deixava eu ver de jeito nenhum. Dirty Dancing — "Ritmo Quente". Ele foi um daqueles filmes que não me fizeram chorar, nem ver o brilho dos olhos dele de tão romantico e lindo que ele era, mas vi o sarcasmo, o disparate e a rebeldia de um homem duro na queda. Safado, não. DURO.

Acreditem, me apaixonei novamente por ele.

Mulheres e suas bobagens.
Hoje, lembrando de tudo isso, e de o quanto eu chorei em Ghost e vibrei em Dirty Dancing com aquela bunda balançando, aquele jeito todo pra dança, a cabeça virando, o ritmo (ex-bailarina é fogo. Se encanta logo por isso), vejo que ele era "O" cara fora das telas. Tinha um bom casamento, se meteu com bebida mas deu a volta por cima e, por obra do destino, morreu de câncer (o que me chocou o ano passado, quando soube da doença).

"O" cara foi pro céu. Juro que acredito piamente nisso. Foi pro céu dançar com as anjinhas, aquele ritmo quente e mostrar que aquilo que aconteceu em Ghost pode ser real.
Eu to falando de amor, minha gente. De amor. E não daquela doença (bem Leoni).
To falando do amor que existia no filme.
E pra fechar com chave de ouro, um trechinho do que achei sobre ele. Quer dizer, nem é sobre ele, mas uma declaração de amor à sua esposa.

Quem dera achar um desses. Um Sam Wheat do filme.


"Juntos, nós criamos jornadas que foram além de qualquer coisa que pudéssemos imaginar. Nós cavalgamos ao pôr-do-sol em um garanhão branco, inúmeras vezes. Sentimos o gosto da poeira no local onde nasceram as religiões. Mesmo assim, você ainda tira o meu fôlego. Eu não estou completo até que olhe nos seus olhos. Você é minha mulher, minha amante, minha parceira e minha dama. Eu sempre a amei, eu a amo agora e para sempre vou amar ainda mais."


Esteja em Paz.