11 de agosto de 2010

Não quero mais.



"Parece que ou eu ou os outros não somos mais tão disponíveis."
 .Caio Fernando Abreu.


Sou careta. Sou quase uma medrosa e já ouvi pessoas dizendo que sou quase uma contradição em pessoa. Mas tive meus vícios na minha vida. E alguns deles, até hoje me perseguem, me atormentam e contribuem de alguma forma, no meu dia-a-dia.

Já fui viciada em roer unhas, e depois de umas belas tapas nas mãos e uma amiga brigando comigo, quando tinha uns 13 ou 14 anos, eu parei com essa palhaçada.
Já fui viciada em comprar revistas. Fosse qualquer uma, mas eu era. Credo, só de lembrar que guardava dinheiro pra ter uma, me dá uma agonia.
Já fui viciada em internet, de passar madrugadas a fio falando com Deus e o mundo e São Raimundo. Na época do IRC, em que todo mundo vivia disso e pra isso. Doença, Jesus. Doença.
Já fui viciada em chaveiros, em Jô Soares, em palavras cruzadas, em gibis, em celular (confesso que ainda sou), em mandar sms (iiiih, ainda sou também) e em um monte de coisas desnecessárias.

Bebo pra caralho! Assumo. Mas ainda não se tornou um vício.
Nunca fumei pra viciar, mas já fumei pra experimentar. Detalhe: ô coisa HORRÍVEL é cigarro, viu? Quem fuma perto de mim, pode apostar que leva um cascudo.
Quer me ver de péssimo humor? Fume e jogue a fumaça nos meus cabelos.
Das duas, uma: ou leva um soco ou um chute no meio das canelas.
Nunca pensei em ser viciada em drogas porque não é muito a minha praia. Sou medrosa demais pra isso, e maconha tem um cheiro esquisito. Não combinaria com o meu Carolina Herrera, meu Hot ou meu lindo Donna Karan, sem falar no Myriad.

Então, por esses vícios e costumes, resolvi excluir um treco que tenho desde 2005. Meu lindo e amado Orkut que nunca, nunca, nunca mesmo me deu problema, nunca me deu dor de cabeça, as pessoas nunca me encheram por ele ou porque tinha algo nele. Não, não. Nunca nada.
Mas, como toda a regra tem sua exceção, ele começou a me atormentar. Começou a remoer minha cabeça e começou a me amedrontar.
Estou viciada em twitter e por isso estou até um pouco afastada do Orkut, mas tem sempre um engraçadinho querendo saber de você POR LÁ. E eis que tem um tempo, que tem gente xeretando demais, sabendo demais, lendo demais as minhas coisas. Tem como bloquear? TEM. Mas pra que eu vou bloquear algo que era pra ser aberto, como sempre foi?
Se eu quisesse ficar nua lá, o problema era meu, ué.

Me agonia me cancelar, me deter, me coisar para as pessoas. Eu sou livre, sou aberta, sou totalmente “nem ai” pra tudo e pra todos... mas, meus caros, há coisas que não dá pra evitar. E antes que eu cometa erros, vou deletar meus álbuns de fotos, minhas comunidades que acho a minha cara, cancelo o contato com algumas pessoas que estavam lá pra enfeite e deixo, enfim, de ver alguns perfis que eu fazia questão de ver. Deixo até de sentir friozinho na barriga por um outro perfil e, é isso ai.
Deleto por esses dias, até eu pegar o contato de todos que eu tinha por lá. Seja por MSN ou por twt. Que seja ou que não seja.
Já os depoimentos, deixarei guardados nos meus arquivos de Word. Fotos serão reveladas e expostas no meu quarto e SÓ.

Chega de exposição e dorzinha na consciência. Chega de ficar de perninha tremendo por um perfil aqui e outro ali. Se é pra deletar, se é pra cancelar, QUE SE CANCELE.
Nunca fiz isso na vida. Nunca deixei de ter as minhas coisas por causa de alguém ou “alguéns”, mas, dessa vez, eu confesso: vocês venceram.
No mais, é isso.
Que leiam só o meu blog e o twitter. Já está de bom tamanho.
Abraços e, bom recomeço pra mim.

8 de agosto de 2010

Fale por mim.



“O meu mundo não é como o dos outros. Quero demais, exijo demais.
Há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, que tem saudade… sei lá de quê!”

.Florbela Espanca


**
Não tenho o que falar de mim.
Procurei escrever e acho que 6 folhas de Word foram inúteis pra tudo que eu queria dizer. Ou pior, pra tudo que não vou dizer.
Às vezes, as palavras dos outros nos preenche de uma forma legal. Explicam o que você não conseguiu explicar. Falam por você. Apertam o botãozinho da bomba.
Mas, confesso de coração pequeno, miúdo, fechadinho que só olhos nos meus olhos é que alguém entenderia “o que é que eu sinto agora” – parafraseando Fagner.
Então, é isso.
Sem inspiração para frescura. Sem inspiração para anedotas e gargalhadas. Sem tristeza. Sem dor. Somente não tenho o que falar.
É... só a saudade que estou prevendo. Só.

Boa semana a todos.

4 de agosto de 2010

Faça. Force. Fuce.



 "Esse é só o começo do fim da nossa vida..."
.Los Hermanos.


Faça o que ninguém fez e ligue. Pegue esse maldito celular, olhe pra um orelhão e disque. Faça uma fogueira na rua e pegue um pano e faça fumaça. Faça algo, homem. Derrube quem tentou te derrubar. Venha até mim. Faça uma queda de braço.
Me vença!
Invente algo. Sei que você é capaz de surrupiar essa minha máscara de durona. Você sabe que é uma máscara. Tire-a de mim. Arranque-a.
Você tem medo de quê? O máximo que pode lhe acontecer é ganhar um “não” por ser tão audacioso. Mas, acredite, o meu “não” pode não vir. Ele pode ser discreto, dentro da minha cabeça. E dentro da cabeça os pensamentos são inofensivos.
Minha boca, hoje, grita um sim e é com isso que você tem que se preocupar.
Você se apavora com o que?
Eu sou esse lixinho mesmo. Sou essa confusão de palavras e completamente deleitada em Vinícius e Chico Buarque. Eu viro melodia. Eu agüento. Eu invento.
Oh, ta vendo? Você já me conhece.

Quero voltar pra casa com vontade de deitar, e quando eu menos esperar, a noite terá passado. Quero dormir e me assustar com você ao lado, me olhando, observando minhas dobras e dando de cara com meus olhos que tremem de medo por você estar me devorando quando estou mais frágil. Quando me calo. Quando não penso. Quando sorrio.
Eu sei sorrir assustada. Sei sorrir até quando não é pra sorrir.
Sorrio triste. Sorrio quando você quer me matar de raiva. Sorrio bobo.

Então, se já consegue me ver por dentro, por que insiste em ter medo do lado de fora?
Por que ter medo da minha casca?
Eu não mordo, a não ser que você peça.
Eu dobro as suas roupas e posso rir da sua cueca engraçada. Posso contribuir com o seu humor matinal e posso fazer amor, posso fazer guerra. Posso te deixar em paz.
Mas você tem que me prometer me deixar maluca todos os dias. Tem que prometer que irá deixar eu rir de você e brigar pela barba mal feita que me faz cócegas toda vez que roças meu pescoço.
Prometa me irritar com o apelido medíocre que os amigos me deram. E oficialize nossas coisas no nosso quarto, na nossa cama, no nosso lençol. Batize minhas costas, minha nuca, meus seios e minhas covinhas.
Prometa que não vai me deixar ir embora quando eu quiser fugir. Deixa de ser besta, e corra atrás de mim. Se eu estou fugindo é porque estou certa que as coisas iriam dar certo. É só medo de não lhe fazer feliz. É só isso.
Se eu virei a cara, é pra você me puxar de volta, idiota. E se eu lhe chamei de idiota, é porque queria lhe chamar de uma coisa bonita. Mas idiota ta de bom tamanho. Você ri no final, que eu sei. Porque você sabe que os idiotas me atraem muito.

Me pegou de péssimo humor? Te tratei estranho? Deixe de ser medroso e seja prático. Se eu não estiver perto, ligue pra mim. Diga que ouviu uma música e lembrou de mim. Diga uma palavra. Diga meia palavra. Diga: “minha”. E eu juro que isso tirará todas as nuvens pretinhas que rondam as nossas cabeças.
Ta vendo? To te dando dicas até de como me reconquistar.
É, isso mesmo que você leu: reconquistar. Ou você pensa que lhe amarei todos os dias?!
Engano seu. Haverá dias que só a paixão contará. E, pra ser um pouco mais pé no chão, não gosto de paixão, não. Ela deixa a gente cega, boba, chão pisado. Nos deixa numa montanha russa constante. Levo sustos com isso, não nasci pra viver nesses parques.
Me deixe apaixonada somente durante um ano e depois me faça amar você. Amar tanto, mas tanto que eu queira abandonar o trabalho mais cedo só pra cozinhar pra você. Que eu tenha vontade de passar as mãos nos seus cabelos do nada. Que eu queira te abraçar e apertar a sua bunda. Me faça ter tesão até quando você não merecer.
Me faça acreditar que você será o único durante todos os dias. Me faça querer só você. Me proteja de mim. Me fale coisas que me deixem em brasa.
Me seqüestre de mim. Me faça você.
A propósito, só não me roube de mim. Seqüestre. Peça resgate. Mas, quando quiser devolver, me devolva pro mesmo lugar de onde me tirou: dos seus desejos.

Naiane Feitoza