15 de julho de 2010

Ahh, os homens...



Desde criança penso neles da forma mais encantadora e perfeita que existe. Talvez tenha sido um erro começar a vida assim, mas, o que posso fazer? O mais protetor deles morava na minha casa e nunca deixou ninguém chegar perto. É, isso mesmo. NINGUÉM. Pai é pai e isso é indiscutível.

Lembro do meu primeiro amor. Um molequinho branquinho dos cabelinhos pretinhos e cheeeio de pintinhas no rosto. Ele tinha uma caneta maravilhosa e um sorrisinho lindo. Acho que só me apaixonei por ele porque a professora da segunda série (isso mesmo! Segunda série) perguntou se ele sabia separar em sílabas, e o principezinho respondeu: “claro que sei. Pode mandar ai”. Que coragem! Adoro coragem. Adoro. Viram? Desde pequena eu preferia os sabidinhos.
Por que lembro de tudo isso? Porque foi meu primeiro amor, oras. Lembro até que se chamava Rodrigo e estudava comigo desde a primeira série, lá em Natal. E lembro, com uma certa mágoa, que ele nunca me olhou. Nunca alimentou nada. Nunca “tchum” pra mim. Mas, o melhor amiguinho dele, que nem lembro o nome, o engraçado e piadista da sala, era doido, doido, doido por mim. Me levava chocolates todos os dias, me deu até um esmalte. Era companheiro e ficava solícito com as minhas chateações (sim, sim. Desde pequena sou complicada e mandona).

Lembro-me de uma vez que queria tanto, tanto, taaaanto ir ao parque ali perto, mas ninguém deixava e eu NECESSITAVA andar no carrossel. Tenho uma paixão absurda por aqueles cavalinhos e a musiquinha que toca, e eles girando, girando e girando (até hoje).
Sabe o que o meu admirador fedelhal fez?
Não me levou ao carrossel. Não comprou um carrossel pra mim. Não me deu um cavalo ou uma caixinha de músicas. Nada disso. Ele me levou até a quadra da escola, me pegou por cada braço com força e disse pra eu fechar os olhos e imaginar que eu estava em um carrossel. Começou a me levantar e me rodar... e eu rodei, rodei e rodei. E dava gargalhadas. E vi o rostinho dele brilhando, pelo buraquinho dos meus olhos curiosos.
Não lembro se me apaixonei por ele, mas lembro que o Rodrigo saiu da minha cabeça como num passe de mágica. Lembro até que, depois de um tempo, joguei uma peteca na cabeça dele, porque ele amassou a minha folha do caderno. Sangrou tanto, meu Deus. Credo!

Enfim...

O que quero dizer com essa nostalgia toda? Ora, o lógico, meus amores. A coisa mais coerente. Ainda mais HOJE, que resolveram dizer que é o “dia do homem”.
Quero dizer que há os homens que vão pisar no seu coração. Que não vão estar nem ai pra você. Que vão te olhar e, simplesmente, não te ver.
Vão existir os que te olharam, se interessaram e te dispensaram por uma nova aventura. Vão ter os que só queriam provar do seu cheiro e não agüentam mais a sua voz, o seu jeito, nem seu sorriso bonito apaixonado.

Mas, veja o lado bom de ter um cafajeste na sua vida... em algum cantinho, lá, na espreita mesmo, do outro lado da rua, na biblioteca, na escola, na faculdade, no trabalho, no twitter, ou sei lá em que diabo de lugar você anda, tem sempre alguém esperando a oportunidade pra chegar perto de você. Pra cuidar de você. Pra lhe rodar pelos braços.
Nem todos os homens são iguais. Nem todos nascem predestinados a machucar o seu coração. Tenho certeza, absoluta (viu?), que existem mais de um milhão com todas aquelas qualidades que a gente procura num companheiro.

Os homens são a sensação da nossa vida. Primeiro vem o pai da gente, depois vem o primeiro amor, ai vem o professor que você se apaixona, depois vem o coleguinha do cursinho de inglês, vem os meninos do ensino médio, que é ai que você descobre o quão é adulta e eles, uns BOCÓS.
Você se apaixona por alguém da sua rua. O cara da esquina. O pentelho que vive no vídeo game. Se apaixona pelo cheiro que vem, não se sabe de onde, e se depara com uma bela barba bem feita. Se apaixona pelo sorriso acolhedor que a maioria dos homens têm.
Se envolve no abraço gostoso que só eles possuem. Tem a certeza que nunca vai lhe acontecer nada, já que ele é o super-homem da sua vida (eu prefiro o Batman. Hmm.. chama pra homens complicados? É. Pode ser).

Ninguém vai escutar os seus chorinhos de saudade como eles. Ninguém vai lhe dizer algo tão convincente como “vai passar”, quanto um namorado atencioso que existe na sua vida.
Fazer amor do jeito que ele faz. Sentar ao seu lado e notar que você ta com o cheiro diferente. Olhar com um brilho indescritível quando te viu, pela primeira vez, sendo só dele.
Homens podem ser bobos, mas eles são bobos por nós. É a nossa culpa. É culpa desse rebolado que arrumamos em algum lugar. Culpa do nosso sorriso, que arranca um suspiro de cada um deles. Culpa da nossa jogada de cabelos, que faz com que eles estiquem o pescoço pra sentir o nosso cheiro, quando o que eles querem mesmo, é se esbaldar no nosso pescoço. E é, também, sua culpa, se ele esquecer de você.
Não os condene todas as vezes. Não pise com vontade. Não amarrote o que não dá pra passar. Um coração de uma mulher, acreditem, depois de um tempo, e depois que ela arruma uma nova razão pra sorrir, é capaz de coisas que você nem imagina. Ele ilumina um salão de festas em plena escuridão. Uma mulher tem o dom de se curar.
É diferente dos homens, que levam mais tempo pra esquecer um grande amor, ou uma feridinha que não quer cicatrizar. Não é culpa deles. Faz parte deles. É neles. Somente eles.

Eu gosto de homem. Adoro o gosto que eles têm. Gosto de sentir o cheiro, ouvir o barulho do sorriso quando estão no pé do meu ouvido. Acredito em todos que vierem com boa vontade.
Acredito em suas palavras, seus versos, poesias e cantorias. Acredito nos que vêm de alma limpa, para cuidar da minha, e acredito nos que vêm sujos, para me pedir socorro.
Sou suspeita pra falar sobre qual gosto eles têm. Mas confesso que amo estar perdida por eles, amo seguir seus rastros, e amo, de paixão, aquelas misturas absurdas de olhares que só eles conseguem ter.

Corpo. Suor. Cabelos. Olhos. Dentes. Cheiro. Cheiro. Cheiro. Mãos. Pernas. Peito. Braços. Barriga. Bunda (por que não?). Dedos. Língua. Saliva. Coxas. Pés. Tudo me remete a eles.
Sorrisos. Bondade. Tesão. Frescura. Solidão. Paixão. Grito. Abraço. Gargalhada. Palavrão. Camisa amassada. Short velho (e com vergonha). Chinelo embaixo da cama. Camisa no ombro. Relógio. Cordão pendurado. Suor saindo e pingando em você, ali, lá, no meio.

Não tem como não gostar. Não tem como não querer.

Meninos, homens, rapazes, rapagões, moleques, imaturos, preguiçosos, perdidos, tarados, inteligentes, sábios, brigões, ciumentos, doces, companheiros, engraçados, chatos, corajosos, cantores, poetas, escritores, dono da banca de revista, dono da rua, dono da voz... dono do meu sorriso, não sei se viveria sem vocês. Não sei se tenho uma paciência de Jó para aturá-los.

Hoje é o dia de vocês, e confesso que estou com ódio de um (em especial). Se pudesse, o teria matado hoje. Teria jogado seus frangalhos no Rio Amazonas e dado para os peixinhos comer, mas no fundo sou coração de rapadura. No fundo eu queria só que o mundo parasse pra ficar olhando aquele homem. Você homem.Vocês.
Não duvidem de uma palavra. Sou mais sincera quando estou com raiva e chateada (como agora), do que quando estou soltando meus sorrisos e brilhos por ai.
Curtam o momento em que digo que ADORO a existência de vocês.
E, não esqueçam: homens são diferentes e é por isso, somente por isso, que não gostamos de mulheres. Elas jamais nos levariam à uma viagem de carrossel dentro da gente.

Naiane Feitoza

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