24 de março de 2009

Nostalgia, eu quero uma pra viver.


"Lembro-me de quando era criança e via como hoje não posso ver..."

Ninguém sabe ao certo porque veio a esse mundo. Eu mesma tenho doze milhões de dúvidas em saber o que eu faço aqui. O que eu vim fazer aqui? Que diabos eu fiz pra vir parar no meio de tantos loucos?
Me vi pensando que estaria melhor se tivesse nascido na década de 60’, porque, pra mim, é a melhor era: a era das melhores músicas.
Ou então a década de 70’, que todo mundo só queria saber de ser “rebelde” e era totalmente liberal. Convenhamos, isso é um atrativo. Quando paro e penso que isso, nos dias de hoje, é mais fácil que sexo pago, fico analisando que não é a época que me deixa em dúvidas e sim, que sentido eu tenho pra que esse mundo melhore.
Ontem, numa mesa de bar (acostume-se em saber disso) fiquei pensando: O que será do mundo sem mim?
Eu não tenho que pensar “o que seria de mim sem o mundo?”, porque se eu morresse já não faria mais parte dele, né? Coisa mais lógica não há.
Ai eu penso que o mundo, realmente, seria um saco sem mim. Menos uma sonhadora, menos uma idiota pensando que é melhor em um milhão de coisas. Menos uma mulher que bebe com gosto, que vai à bares pensar na vida e adora convites inusitados.
Eu, às vezes, penso que nunca vou conseguir me adequar a nada e nem a ninguém. Sim, porque sempre sou eu que erro, sempre sou eu que me culpo. Ou, talvez, seja esse o problema. Me colocar como “a culpada”.
Me culpo de muitas coisas. Me culpo por ter estudado demais, quando deveria estar por ai viajando pelo mundo e conhecendo pessoas diferentes. Poderia estar mais pobre, mas com certeza eu estaria mais feliz. Quem me garante que eu não estaria?
Me culpo também de ter me apaixonado algumas vezes. Por homens e mulheres em geral. Por pessoas que fizeram parte da minha vida por um dia, uma semana, um mês. Aquelas pessoas que você sabe que contribuiram com alguma coisa na sua vida. E todas, digo com muita convicção, contribuiram pra que a minha vida fosse diferente.
Tive amigos loucos, depravados, mulheres que bebiam mais que um grupo de 10 homens alcoolatras. Tive pessoas que pensavam que o mundo era como as nuvens, que sonhavam em morrer em paz, ou no mínimo, no último dia da sua vida, ter o prazer de um sorriso. Tive pessoas na minha vida que só de olhar dá vontade de sair sorrindo e suspirando.
Também tive as pessoas que não contribuiram nem com a minha raiva. Aquelas que eram o abajur de uma ocasião ou mesmo a caneta de cima da mesa. É, aquelas pessoas que como dizem “não fede nem cheira”. Aquele cara ou aquela menina neutra. Neutra demais. Não gosto de gente neutra. Eles não ocupam lugar em mim. Eu gosto de gente espaçosa. Daquelas que chegam arregaçando tudo e todos. Que nem pedem licença e vão logo sentando no seu lugar, na sua vida. Tomam conta de tudo. Gente neutra me deixa doente.
Talvez seja por isso que eu dei abertura pra muitas coisas nessa minha vida.
Aos momentos espaçosos. As dores de cabeça que ocupavam mais lugar do que os meus pensamentos. Tive dores de cabeça que até hoje nem imagino como consegui me livrar.
E o que eu quero dizer com tudo isso?
Nada, oras. Queria só usar umas linhas pra escrever e dizer que todo mundo é diferente, mas todo mundo é igual.
Fiquei pensando que queria escrever um daqueles textos que quando a menininha estivesse triste, olhasse, se pegasse lendo e desse aquele sorrisinho bobo. Que nem esse que estou dando agora.
Não, realmente, não consigo imaginar o mundo sem mim.
Não consigo ficar pensando como as pessoas deixariam de lado alguma frase idiota que eu falasse. Não consigo pensar na dor que me daria só de imaginar que um homem não tivesse o prazer de me ver andando, de sentir ou meu cheiro de perfuminho caro, ou que simpatizasse com o meu sorriso largo e sem graça. Sim, porque eu tenho vários sorrisos, mas o mais sincero é o sem graça. Aquele que vem com o brilhinho nos olhos.
Fico pensando que saco seria não ouvirem a minha gargalhada quando estou realmente achando algo engraçado. Queria mesmo saber se o mundo seria superlegal sem a minha mania de sair cantando pela rua, com a primeira música que vier na cabeça de companhia. Ou que resistiria ficar muito tempo sem me ver chorar por qualquer filme ou seriado. Chorando pela cena de novela. Chorando pelos meus problemas e os problemas dos outros.
Eu, sinceramente acho que o mundo precisa dessas coisas bobas. Dessa coisas de se reconhecer, que se é essencial. Eu sou essencial.
Se você não é, pelo amor de Deus, se olhe no espelho agora e veja a pessoa maravilhosa que você é e ainda pode se tornar. Sim, eu acredito piamente que as pessoas podem mudar e sempre pra melhor. Não me canso de me olhar no espelho e achar que todo o mundo deveria ter mais loucura e menos preocupação.
Eu sei que a vida não é fácil, mas se fosse, confesse, seria um saco. Um saco e meio, pra dizer a verdade.
O que seria do mundo sem as letras de músicas dolorosas? O que seria do mundo sem alguém pra ouvir essa letra “sabotadora” de corações?
Veja as coisas boas por daqui em diante. Veja que o mundo precisa, REALMENTE, de você. E que outras pessoas precisam de você. Precisam desse seu sorriso, mesmo que você esteja um CU de mau-humor. Dê um sorriso pra quem não tem nada a ver com os seus problemas. Nada mais justo.
Alguém está se lixando pra o que você sente, e você tem que fazer o mesmo: cagar e andar. Mas cague e ande Sorrindo, por favor.
Hoje, por exemplo, estou aqui sentadinha na minha cama, com essa camiseta preta que eu sempre visto porque adoro, e esse shortinho colorido que eu odeio, olhando pros meus ursos de pelúcia (Sim, o Floquinho está aqui), minha Magali (da turma da Mônica) que chamo de Bolota, com meu celular ao lado, a droga do meu travesseiro no meio das coxas e em cima dele, o meu laptop, escrevendo o que me dá na telha, colocando um monte de coisas que não têm nada a ver, pra poder justificar que eu queria estar mais inspirada.
Estou ouvindo o melhor da Legião Urbana e Los Hermanos. E nesse exato momentinho “Metal contra as nuvens”...
“...É a verdade que assombra. O descaso que condena. A estupidez é o que destrói. Eu vejo tudo que se foi e o que não existe mais...”
Realmente, se foi tanta coisa. Tanta.
Lágrimas, sorrisos, sonhos. Nem sei dizer o que sobrou, mas sei o que vai surgir.
Eu chorei um dia desses por estar sentido aquelas dores que a gente não sabe explicar por que dói (ô frase boba). Chorei porque eu sentia aquela dorzinha de choro preso. Chorei porque algo doía mesmo dentro de mim.
“Tudo passa... Tudo passará..”
“Vai a merda Renato Russo. Você não sabe de nada.”
Juro que larguei essa frase com o pedacinho da música que tocou agora. E eu me pergunto: e quando passa?
Todo mundo, eu disse TODO MUNDO, sabe que as coisas passam, mas essas merdas não têm validade, não têm data certa pra parar.
O que me consola é saber que eu posso contar com a lua e as estrelas. Pelo menos elas não me lembram algumas coisas. E lembrar, infelizmente está me sendo de um castigo imundo e nojento. Tem coisa mais dolorosa que lembranças? Principalmente aquelas que você queria colocar numa caixinha, e mandar via sedex pra pessoa as ver, sentir, saber como você está se sentindo.
Sim, as pessoas dizem que sabem o que você está sentindo. NÃO, ELAS NÃO SABEM. Se soubessem conseguiriam um jeito de parar tudo. De dar um basta, de se fechar, de sumir...
Eu to procurando sumir pra ver se as dores param. Eu to procurando não dormir pra ver se eu paro de sonhar. Até sonhar ta me incomodando.
E você pensa que eu devo estar de péssimo humor ou chateada. Que eu devo estar com ódio e com vontade de mandar a puta que o pariu. Na verdade eu até queria, mas isso não bastaria. E sentir ódio não é muito comigo. De quem eu deveria MESMO sentir, eu não sinto, imagina de quem um dia eu gostei.
Hoje, pensando nessas coisas de me achar suficientemente essencial ao mundo, às pessoas, aos amigos, à minha Bolota e a algumas pessoas que só esbarram comigo na esquina, fico pensando o que achariam de mim se eu contasse uma das histórias que não vão fazer parte do meu livro.
Será que se alguém soubesse de verdade o que eu queria dizer, o que eu to sentindo, alguém viria me salvar?
É, eu preciso ser salva.
Bom, o comecinho é assim...
...
"Era uma vez alguém que começou uma história antes de mim. Antes que eu pudesse me colocar como protagonista (ou antagonista?).
Era uma tarde como outra qualquer na frente do computador. Lembro como se fosse ontem..."

Quer saber, né?

Não, essa história não vai estar no livro. Ela vai estar guardadinha numa caixinha preta embaixo da cama. Com a poeira e a vassoura que as vezes irá cutucá-la. Nada mais.

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