22 de dezembro de 2010

Apaixone-se, é uma ORDEM.





Aí você me pergunta: “Como vou desapaixonar daquele brutamonte lindo?”.
E eu que vou saber?!
Gente, se eu soubesse essa resposta, teria desapaixonado as duas vezes que ferraram os meus anos de beleza.
Não é o fato “desapaixonar” o X da questão. O fato é você se apaixonar de novo por... VOCÊ, oras.
Vou te falar os sintomas básicos da paixão;

·         Primeiro: você conhece o escolhido. Conversa, conversa, conversa e ri. Riu dele? Oh, o troço balançando aí dentro do peito.
·         Segundo: você aceita o convitinho pra sair, começa a atender aos telefonemas, acha que ele só tem olhos pra você, porque, CLARO, ele vai dizer isso, e, CLARO, em muitos casos é a pura verdade.
·         Terceiro: você gostou de sair, gostou de conversar com ele, prolonga isso, tem ideias a mil de como vai ser o início do namoro e quando se olha no espelho, está tagarelando, com todos os detalhes, pras amigas.
·         Quer a pior parte? Estou aqui falando dessas coisas, numa boa (que fique claro) e você já ta pensando nele, quer ligar pra ele, ta articulando, confabulando, coisando alguma treta pra COISAR ele.

Acertei? Na mosca, né?! Eu sei, eu sei.

GENTE, é especialmente normal isso. Você já está envolvida e já até liga pra ele. Dá um showzinho no quarto, dá presente, acorda com ele na cabeça, come pensando nele, malha pensando nele, vomita, bebe, boceja, faz xixi pensando nele. Eita, lelê! Ta vendo o que aconteceu? Se apaixonou, minha queridinha. Se perdeu.
Agora, depois que você se dedicou a esta criatura, que era uma mistura de amante latino, com pitadas da frescura do Julio Iglesias e o rebolado do Rick Martin (antes de se assumir gay e você querer se enforcar, claro), o que acontece? Ele destrói os seus planos de matrimônio. Ele deixa de querer você. Ele te faz ir atrás dele e ele... infelizmente, te responde com um: “vai viver a tua vida e me deixa em paz”.
Dói, né? Eu sei que dói.
Mas, como uma boa professora, vou ensinar como se faz pra tirar isso de letra. E é pra fazer, meninas. Não deixem pra amanhã.
Preparadas?
Et Voilà!

Depois de ouvir esse discurso, olhe nos olhos dele, e pense: “eu te amei, imbecil”. Mas fale o “imbecil” com ênfase. Não fale nada pra ele. NA-DA! Pegue a sua linda vergonha na cara e vire de costas e saia como uma dama. Fazer barraco não é legal e você pode ser chamada de adjetivos não muito gentis. Evitemos as vergonhas em público.
Em seguida, CAMINHE. Ande mesmo e sem rumo. Quer chorar na rua? Faça isso, gata. Chore e seja chamada de “vítima de picada de abelhas”. Rosto deformado, de tanto chorar, faz parte.
Ande sem vergonha e vá pra casa. Nada de beber sozinha, ta? Se fizer isso, corre o risco de dar pro primeiro que aparecer (segundo fontes seguras).
Chegue em casa e tome um banho. Continue chorando. Se chegue na cama, se jogue e chore mais um bocado. Se embrulhe como aqueles pacotinhos de lenços bonitinhos que tem na farmácia, e desabe no choro. Agonize, pode gemer, perguntar pra Deus, vender a alma ao diabo. Faça o que achar melhor.            
P.s.: (Eu sei que você vai fazer isso, portanto, PARE DE RIR.)
Chorou?
Os olhos estão doendo muito e você começou a ter dificuldades de respirar? Ta na hora de dormir, gata. Dormir com dor de cabeça forte, pra desmaiar logo.
zZzZzZzZ... junto com as abelhas.
Acordou e viu seu rosto feio? Ta olhando?
É nisso que dá chorar a noite toda.
Prosseguindo... Aí você começa a chorar de novo. E não é por causa da deformidade ou por se achar parecida com o Slot dos Goonies, mas é porque você lembrou dele. Do cara latino, do cara que te fez rir, te fez...
PARA TUDO AGORA! PARA!
Se olhe no espelho de novo.
Olhou? Conseguiu se enxergar? Pensou? Não? Então, pensa comigo.
Você vai incomodar suas amigas com uma história que é só sua. Vai encher o saco delas, sim. Amigas são amigas, eu sei, mas elas não são padres pra ficarem ouvindo você se confessando durante SEMANAS.
Você é bonita, SIM. E de tão bonita vai ficar aí definhando enquanto ele, que terminou a história de vocês, está lindo e saudável, sem nem meia lágrima nos olhos, pegando o número de um monte de moças por aí (não chegou a hora de ofender as piriguetes).
Você está ridícula com essa cara INCHADA, DEFORMADA, HORROROSA, COM OS CABELOS CRIANDO NÓ só por um “vá viver a sua vida”?
Ora, faça-me o favor de se permitir VIVER A SUA VIDA.
Toda vez que nós estamos namorando, a gente sempre diz: “é só eu estar de compromisso, que aparecem mil”. É, ou não é? Claro que é. É a lógica, ô baranga deformada (não vou lhe respeitar enquanto você estiver chorando). É claro que ele, esse outro cara que lhe procurou enquanto você estava com o seu amante latino, ainda está lhe esperando. Estala os dedos aí, bonita.
Vá à merda do banheiro e tome um banho demorado. Lave essa cabeleira com 5 litros de shampoo e tire a caraca do pescoço.
O secador ta perto? Use-o. A chapinha funciona? Estica essa porra de cabelo. A maquiagem ainda ta por ai? Passa na cara e vá ser feliz.
Não beba. Não chame as amigas pra flertar. Não vá “lavar a alma”. Vá pra rua para ser PAQUERADA. Vá pra rua pra esbanjar. Vá pra rua pra ser desejada. Nada mais que isso.
Se você beber, em dois tempos vai ligar pra ele, e o imbecil (lembra?) vai te atender com um: “O que você quer, Maria Cláudia? Arram, senta lá”.
Me poupe, né, queridinha?
Não há 50 passos pra esquecer alguém. Não há um jeito de limpar a alma trepando com Deus e o mundo. Não há remédio pra saudade.
Mas, sabe o que tem? Tem a melhor e maior vingança de todas. Aquela que você esqueceu de usar com o último babaca (acredite! Todos os ex são babacas). SER FELIZ.
Ser feliz dói nos outros. Ser feliz causa cólicas. Ser feliz machuca o ego. Ser feliz traz felicidade.
Ele não quer o seu mal, Maria Cláudia. Ele só não te quer mais. Só.
E você tem a OBRIGAÇÃO de não querer mais o seu amante latino que, a partir do SEU novo rebolado, é um mero espectador de si mesmo.
Se apaixone por você, querida. E deixe que mais alguém se apaixone também.
Se permita. Se esforce. Rebole.


Naiane Feitoza.