27 de abril de 2009

Palavras de outros.

"Era de tarde e eu senti saudades do seu sorriso. Alguém sorria tão bonito na rua, e da janela do ônibus eu vi, e era um sorriso que me lembrou o seu. Bem que me disseram que depois de muito tempo sem falar com alguém, qualquer raiva vira saudade pura. Não tenho medo de clichês: amor realmente não basta quando duas pessoas vivem momentos diferentes. Quando o amor é de primeira, e no olhar as almas se encontram e se amam, o amor pode ser extremamente bonito, mas também frágil demais. E mais uma vez sendo comum, lhe digo que sentimentos delicados são como cristais. E, portanto, digo também que há vasos que precisam ser tratados com extrema delicadeza. E palavras rudes são tombos altos. A decepção condicionaliza o amor, que, para ser amor, há de ser incondicional. Ainda que as almas saibam que o amor é de verdade, as pessoas precisam conhecer profundamente o caráter da outra para não precisar ficar segurando o vaso o tempo inteiro. Nos amávamos, não tenho dúvidas. E, por isso - somente e o bastante - não tivemos medo de deixar o vaso sobre a mesa. E hoje quando eu olho os cacos, um deles é a janela do ônibus pela qual eu vi um sorriso que me lembrou o seu. E me deu saudades. E mais do que lembrar dos passeios que não chegaram a acontecer, as comidinhas gostosas e os desenhos que não fizemos, os seus casos de amor que você não me contou, as alegrias e as tristezas que não aumentaram ou diminuíram ao dividirmos, mais que tudo isso eu olho para os cacos e lembro de tudo que está em cada um deles. Tudo o que aconteceu e fez de mim uma pessoa melhor. Porque a alma ainda ama. Se eu tivesse cola, eu juro que tentava colar. Ainda que não fosse nunca ficar igual. Mas desabou de uma vez e eu odeio vasos com brechas. Desculpe, não dá pra colar saudade e nem amor quebrado."

Texto de Mariana Chagas. De azul, minha contribuição.

Uma amiga me mandou agora a pouco esse texto, e juro que senti uma pontadinha aqui dentro do meu coração quando o li. Tão delicado e sincero.
Olha, os ânimos se acalmaram, o amor passou... aliás, se enterrou sozinho, mas nada me impede de mostrar que as palavras ficaram.
Texto belíssimo.

Obrigada Suzana, por ter me enviado.
Obrigada Mariana, por dizer no seu texto o que eu queria sentir.
:)


Música que to ouvindo?
Maria Rita: "Não vale a pena"

Coincidência? Não! DESTINO.

3 de abril de 2009

A flor orgulhosa.

Eu?
Eu sou essa ali, aquela da foto de sorriso pro sol e esperando a lua.
Eu sou aquela que queria uma música que descrevesse quem eu realmente sou, pra dizer umas verdades pra você.
Uma canção que tocasse lá no fundinho e dissesse assim: “Eu apenas queria que você soubesse que aquela alegria ainda está comigo, e que a minha ternura não ficou na estrada...".
Realmente, Gonzaguinha me cantaria com aquele ar de música infantil dos anos 80’. Com barulhinhos engraçados e aquela voz de “gente da gente”.
Talvez se eu contasse sobre os meus planos e os meus sonhos, algo a mais seria devorado do lado de dentro da minha casca.
Uma “Flor”, morena, com espinhos e corajosa. Aquela que deu adeus de mãozinha fechada. Egoista e orgulhosa. Aquela que quer ser lembrada pelo sorriso e não pelos dotes do corpo que a cada ano mudam um pouquinho. Uma “porra louca” que acha que as pessoas podem mudar e que o amor ainda é motivo pra se continuar tendo esperanças, e que ter esperanças é motivo pra se ter amor.
Aquela que canta alto e não tem vergonha de vexame. Sorridente e de cabeça quente. Faminta por palavras e cheia de tantos sonhos.
Aaaahhh, esses sonhos. São tão poucos e tão intensos. Daqueles que dão friozinho na barriga, sabe?
Só sei sonhar. E amar. E chamar. E pensar. E sorrir.
Dona de si e de nada. Dona das frases engraçadas e das gargalhadas vergonhosas.
Cheia de manias, caras, bocas, poses... cheia de vontades. Cheia de doces palavras e olhares sombrios. Cheia de coisas. Cheia de dedos.
Cheia de si.
Essa sou eu, a que sorri pro sol pensando na lua.

Naiane Feitoza


*Coloquei esse texto no meu perfil do orkut.
Nem sei bem ao certo se fiz CERTO. Mas como toooooodo mundo adora colocar "quem se define, se limita" e não escreve nada de si, ou copia pedacinhos de músicas, versos ou textos espalhados por ai que se descrevem como "eu sou assim", eu quis falar quem eu sou DE VERDADE.

Hoje eu me vejo como uma flor. Uma bela, "crescente", egoista, sonhadora e devoradora flor.
Devoradora?
Sim.
Devoradora de palavras e sentimentos. E os sonhos... Bom, eles fazem parte.


;)


Bom fim de semana.